ORATÓRIO DOM BOSCO: UMA LIÇÃO DE VIDADOM BOSCO YOUNG GROUP: A LIFE LESSONDOM BOSCO GRUPO DE JÓVENES: UNA LECCIÓN DE VIDA

Oratório – Dom Bosco (Americana – SP): Uma lição de vida com o Padre Luiz Ignácio Bordignon Fernandes.

Durante longos e maravilhosos anos, quando residia na Rua Domingos Sávio em Americana-SP, tive a grata oportunidade de participar do Oratório de Jovens do Colégio Salesiano Dom Bosco, aos cuidados de um padre fantástico chamado Luiz Ignácio Bordignon.
Embora minha opinião religiosa tenha mudado drasticamente de lá para cá, este momento teve grande impacto sobre minha formação e por isso, resolvi descrevê-lo nas minhas memórias.
Durante anos um grande grupo de jovens, ávidos por lazer, esporte e bagunça, passávamos grande parte de nosso dia nas instalação do Dom Bosco jogando (bola, bilhar, ping-pong, volei, etc.) e brincando (as vezes brigando) muito.
Para manter-se no oratório era preciso assitir à missa do Domingo (das 8hs) e participar das reuniões semanais. Isso nos dava muitas vantagens: jogar futebol no domingo, ganhar sorvetes e conhecer muita gente,e até viajar de vez enquando para enfrentar outros times salesianos.
Inspirado,como poucos, o Pd. Bordignon nos ensinava humildade, alegria e disciplina diariamente, lições que estou certo que ajudaram a formar meu caráter.
Quando o assunto era futebol, eu devo admitir que não jogava mal, meu time foi durante muito tempo o Colibri, e as vezes o Paulistinha. Mas também tinha o Ferrabraz, o pior de todos. Nosso time nunca permdia, pois o Pd. Bordignon treinava bem e fazia o jogo durar 3 horas se necessário para que pudéssemos ganhar no caso de um jogo contra times de fora.
Eu costumava jogar de n. 5 (meia), mas nunca fui um grande jogador, ao contrário de outros (Xuxa, Marquinhos, Denir, Ratinho, Coxinha, Artemus, Silney, etc.), alguns que até chegaram ao futebol profissional. Como bem definiu o Pd. Bordignon um dia, “eu era esforçado”.
Dentre tantas aventuras e experiências, me lembro que um dia minha mãe passava pela rua ao lado e me flagrou brincando de lutinha (na visão dela brigando) com o Almir (um dos piores em comportamento) e fez valer seu ditado: brincadeira de mão é brincadeira de vilão. Me fez ir a casa e me bateu firme. Brincar de esconde esconde no Dom Bosco de noite com outras dezenas de moleques no campo totalmente escuro e com os cachorros soltos era uma grande aventura. Minha casa era o Dom Bosco e seu oratório, lugar onde todos nos sentiamos felizes.

Tinhamos uma cantina, conduzida pelo Sr. Alexandre (cujo nome verdadeiro Olímpio), onde todos tinhamos contas e podíamos comer e pagar ao final do mês. Para mim e para muitos, foi nossa primeira oportunidade de controlar gastos e ao mesmo tempo de exercer a confiança, um valor cada vez menos presente em nossa sociedade. Ninguém pode esquecer os sorvetes de creme-holandês (ninguém até hoje sabe do que era feito realmente!), as coxinhas, paçocas, e outras delícias da cantina.

Foi no oratório que conheci muitos amigos que logo formaram um grupo chamo Querosene, que passou a bolco de carnaval (ajudando a Escola de Samba Salvação) nos desfiles de Americana-SP. COm este pessoal desfrutamos de muitos carnavais na sede social do Clube Rio Branco.Logo falarei mais da Querosene!

Pd Bordignon era um grande intelectual, um humanista, mais que um religioso. Um disciplo fiel de Dom Bosco, educador rígido, porém justo. Que sofria de fortes dores por seus problemas nas costas e que fazia valeu seu voto de pobreza e dedicação à comunidade. Infelizmente nosso grande tutor  faleceu em 2006 em Araras-SP, onde residiu seus últimos anos de vida. Estou certo que todos nós que tivemos a feliz oportunidade de conhecê-lo e viver ao seu lado, jamais esqueceremos desde grande ser humano.

Logo acrescentarei outras histórias…continuará.

NOTAS

Vale a pena publicar alguns comentários enviados por Luíz Roberto Gobbo (Beto), que, a pesar de ser de outra geração, também participou desta grande experiência no Dom Bosco: “Eu era ponta esquerda, lembro de poucos amigos: no Mascote, o Geraldo, era ponta-direita, o Rogerinho era meia esquerda, e o Marcinho, que depois jogou no Rio Branco, no Guarani, Sport, etc.. Tinha também dois irmãos, um era meia e o outro era lateral esquerdo, que jogava ao meu lado. Aliás, os cachorros que você falou (pastor alemão), chamavam-se Griggio e Margarida. Um filhote deles ficou com minha família e tivemos a infelicidade de nomeá-lo Mickey.”

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